O Instituto de Educação Tecnológica de Cascais no contexto do Sistema de Aprendizagem

A criação, em 1984, do Sistema de Aprendizagem (tutelado pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, MTSS, em partilha com o Ministério da Educação, ME), veio a configurar-se como a primeira experiência estruturada visando dar resposta aos desafios da problemática da formação inicial dos jovens e abrangendo os dois sectores-chave em que ela se insere: o sistema educativo, então confrontado com elevados níveis de insucesso escolar e de abandono precoce; e o sistema de emprego, confrontado com crescentes níveis de desemprego juvenil e procura de novas qualificações pelo sistema produtivo.

Ao longo do seu percurso o Sistema de Aprendizagem institui-se como uma modalidade alternativa da formação dos jovens, criando um modelo pedagógico próprio que se desenvolveu a partir de uma estrutura curricular assente em três componentes, a Formação Sócio-Cultural, a Formação Científico-Tecnológica e a Formação Prática (englobando a Prática Simulada e a Formação Prática Real em situação de trabalho).

Tal estrutura pressupõe a operacionalização de um dispositivo de formação em alternância, ou seja, em que a formação do jovem tem lugar alternadamente em contexto de sala de aula e em contexto de trabalho (empresa).

É neste quadro que se tem desenvolvido, desde o início de 1993, a actividade do Instituto de Educação Tecnológica de Cascais (IETC) enquanto unidade coordenadora de aprendizagem: por um lado assegura, em sala de aula e com um corpo de formadores de elevado índice de desempenho, a formação sócio-cultural, a formação científico-tecnológica e a prática simulada aos jovens que frequentam os seus cursos; por outro vem aprofundando, desde a sua criação, um trabalho de articulação com as empresas responsáveis pela formação prática em situação de trabalho, empresas que através da acção dos coordenadores de turma são instadas, tanto a participar formalmente nas reuniões da Equipas Formativas, como a fazê-lo informalmente por quaisquer meios que as circunstâncias tornem essa participação necessária e frutuosa.

Vários têm sido os cursos ao longo dos anos, designadamente: Técnico Administrativo, Técnico de Contabilidade e Gestão, Técnico de Gestão Administrativa, Recepcionista de Hotel, Técnico de Informática, Medidor Orçamentista, Técnico para Agências de Viagens, Técnico de Apoio à Gestão, de nível III; e Auxiliar de Informática, Empregado Administrativo, Empregado de Bar, de nível II.

O IETC tem desenvolvido a sua acção, portanto, no contexto do Sistema de Aprendizagem, em quatro áreas profissionais com impacto significativo na actividade económica de região em que se insere: a da Administração e Gestão, a da Hotelaria, Restauração e Turismo, a da Informática e a da Construção Civil, estando ainda acreditado nas áreas do Comércio, das Telecomunicações e da Qualidade.

Os cursos de nível III conferem certificado profissional e equivalência ao 12º ano; os de nível II conferem certificado profissional e equivalência ao 9º ano de escolaridade.

Embora a sua actividade se tenha centrado no início na formação do Sistema de Aprendizagem, foi actuando noutros sistemas de formação, nomeadamente do Programa FORDESQ (Programa de Acção para a Formação de Activos Licenciados Desempregados - cursos de Comércio Electrónico, Criação e Gestão de Pequenos Negócios e Práticas Integradas de Gestão de Recursos Humanos) e cursos EFA de Educação e Formação de Adultos (cursos de Desenhador Medidor e de Instalador e Reparador de Computadores).

Outras formações no Instituto de Educação Tecnológica de Cascais

O IETC colaborou, desde finais de 2000, com o Centro de Formação Profissional da Venda Nova, através da cedência de uma salas de aula e de meios audiovisuais e informáticos para funcionamento de um curso de Empregado Comercial (nível II), do Sistema Educação-Formação, e de um curso de Contabilidade e Gestão para Activos Qualificados, sendo oriundos do Instituto a maioria dos formadores.

Desde Setembro de 2006 que tem em funcionamento um Centro Novas Oportunidades, destinado a reconhecer, validar e certificar competências adquiridas pelos adultos maiores de 18 anos ao longo da vida, conducentes à certificação escolar, consoante os casos, de todos os níveis de escolaridade até ao secundário, inclusive.

No último quadrimestre de 2007 irá iniciar-se um curso de Técnico de Vitrinismo, do Sistema de Aprendizagem, nível III.